O setor farmacêutico passou por profundas transformações nos últimos anos, especialmente após a pandemia COVID. A digitalização foi impulsionada e houve um boom na busca por soluções que permitem que produtos e serviços sejam obtidos com facilidade e rapidez. Nesse contexto, as farmácias conseguiram se adaptar e seguir as tendências em seu ambiente. Muitas conseguiram combinar modalidades, gerenciando tanto estabelecimentos físicos quanto canais de vendas digitais, a fim de permanecerem competitivas e manterem a fidelidade dos clientes.
Vendas on-line no setor farmacêutico
A digitalização das farmácias não veio com a pandemia, ela já estava em andamento muito antes, simplesmente se acelerou, implementando opções como vendas on-line, pedidos pelo WhatsApp ou serviços de entrega em domicílio. Esse crescimento se destaca especialmente em categorias como higiene pessoal, higiene bucal e cuidados com a saúde, como suplementos e vitaminas.
Apesar disso, ainda é um setor menor em comparação com outros modelos de vendas on-line, oferecendo uma oportunidade para as farmácias comunitárias que desejam expandir para esse canal se posicionarem. Dependendo de seus objetivos e recursos, as farmácias podem optar por vender seus produtos de diferentes maneiras:
Mercados
Os marketplaces são plataformas em que diferentes farmácias ou fornecedores diretos podem vender seus produtos. As farmácias, em vez de criar sua própria loja on-line, podem se registrar nesses sites, carregar seus produtos e gerenciar pedidos.
Essa seria uma alternativa rápida e fácil que não exige muito investimento, e a plataforma já tem clientes, bem como uma plataforma de pagamento e uma rede de logística para remessa. As desvantagens são que há menos controle sobre a visibilidade dos produtos, que a concorrência é alta e que o site em questão retém uma comissão por cada venda realizada.
Farmácias físicas com uma loja on-line
Esse seria um modelo híbrido no qual a farmácia comunitária não deixa de atender em suas próprias instalações, mas cria um espaço digital onde qualquer pessoa pode comprar os produtos disponíveis. Nesse caso, os clientes podem optar por receber o pedido em casa ou retirá-lo na farmácia.
Esse tipo de modelo requer um investimento inicial para projetar o site e elaborar uma estratégia de vendas, além de criar um sistema para lidar com pedidos físicos e on-line ao mesmo tempo. Elas também precisam compartilhar o mercado com muitas outras farmácias que têm seus próprios sites de vendas on-line.
Farmácias somente digitais
Essas farmácias só vendem produtos on-line com a possibilidade de entrega em domicílio. Isso oferece a possibilidade de obter produtos de parafarmácia e, sob certas condições, medicamentos sem prescrição médica.
Essa opção oferece um amplo alcance e uma excelente disponibilidade 24 horas por dia, 7 dias por semana. Diferentemente do modelo híbrido mencionado na seção anterior, essas farmácias começam do zero. Em geral, elas não têm uma base de clientes fiéis que possa aproveitar a plataforma como uma alternativa à loja física e, talvez, sua maior desvantagem seja o fato de não poderem oferecer o serviço presencial, tão típico das farmácias comunitárias.
Estratégias de marketing digital para farmácias comunitárias
Há várias estratégias de marketing digital que as farmácias podem aplicar em seus canais on-line para atrair novos clientes e manter os clientes existentes.
Otimização de mecanismos de busca
A otimização de mecanismos de pesquisa (SEO) ajuda o site da farmácia a aparecer organicamente nos primeiros resultados do Google e de outros mecanismos de pesquisa. Isso é feito melhorando a plataforma para que seja fácil para os mecanismos de pesquisa entenderem: seleção de palavras-chave relevantes, conteúdo de qualidade e navegação rápida e intuitiva. É um processo muito eficaz, embora leve tempo.
Marketing de conteúdo
O marketing de conteúdo consiste em criar e compartilhar conteúdo útil, não necessariamente conteúdo publicitário, mas conteúdo com função educacional. Artigos de blog sobre tópicos relacionados à saúde publicados na plataforma digital, postagens com informações interessantes e notícias sobre produtos para as mídias sociais, bem como conteúdo audiovisual relacionado ao catálogo para aumentar a confiança do consumidor.
Em plataformas como Facebook, Instagram e X, além de compartilhar conteúdo relevante, as farmácias comunitárias podem interagir com outras pessoas e acompanhar as últimas notícias. Essas são ferramentas muito úteis para fidelizar o cliente, estabelecendo uma interação direta por meio da qual é possível responder a perguntas ou dúvidas rapidamente. Isso permite que as farmácias criem uma comunidade.
Práticas de venda em canais digitais
Para ganhar a confiança dos clientes, as farmácias comunitárias devem oferecer um serviço adequado e especializado para atrair para a plataforma os interessados em nichos específicos, como higiene bucal ou cuidados com a pele. As informações sobre os produtos precisam ser claras e detalhadas, com descrições, preços, imagens de qualidade e recursos para ajudar os consumidores a fazer escolhas confiantes.
A experiência de compra deve ser semelhante à da farmácia física: fácil e profissional. Além disso, a política de devolução e os prazos de entrega devem ser transparentes e atender às expectativas prometidas aos clientes. Tudo isso, reforçado por uma equipe de atendimento ao cliente que possa oferecer orientação e resolver dúvidas por meio de bate-papo ao vivo, e-mail ou telefone, pode fazer toda a diferença.
Embora as farmácias físicas continuem a ser necessárias no dia a dia dos consumidores, os modelos de negócios on-line se tornaram essenciais com o avanço da digitalização. Ao se adaptarem a esses novos canais digitais, as farmácias estão atendendo às expectativas de seus clientes, proporcionando-lhes a conveniência que procuram, bem como preços competitivos e o serviço personalizado com o qual estão acostumados.