Estresse e coronavírus: o que pode nos ajudar a superar o estresse?

O estresse é uma reação normal e necessária, gerada como defesa contra uma situação que é considerada perigosa, tanto subjetiva quanto objetivamente, e é por isso que algumas pessoas temem o ar livre, enquanto outras gostam.

Estamos vivendo em um momento em que o perigo está presente; não podemos deixar de reconhecê-lo. O coronavírus está presente, portanto, não é de surpreender que fiquemos estressados. Esse vírus se apresenta como uma situação desconhecida para todos nós: é algo novo a ser acrescentado às nossas experiências de vida e é normal que isso possa gerar incerteza, ansiedade ou estresse.

O estresse é uma reação transitória, pois os perigos geralmente são de curta duração, de minutos a horas. Entretanto, quando o estresse dura muito tempo, ele pode se transformar em uma reação anormal, que é quando surgem os problemas decorrentes do estresse prolongado.

O organismo está preparado para situações de estresse de curto prazo, já que os sistemas endócrinos neurovegetativos podem ser exauridos (para dizer de forma compreensível). Se essas situações se prolongarem, o corpo pode sofrer de diferentes patologias, como hipertensão, asma, gastrite ou distúrbios psicológicos, como depressão e estados de ansiedade.

Cada pessoa reage de uma forma diferente, pois somos todos muito diferentes em termos de biologia e experiências. Algumas pessoas ficam calmas, enquanto outras ficam sobrecarregadas, ansiosas, irritadas, com insônia, têm pesadelos ou comportamento excessivo de cuidado.

Essas duas questões estão interligadas ou conectadas, pois podemos ficar calmos, mas, se a situação for prolongada, podemos passar para o segundo grupo de reações patológicas ao estresse.

Diante de uma situação estressante, é possível que:

1. nos sentimos dominados por sensações físicas e emocionais que nos desorganizam e nos fazem perder o equilíbrio ou o controle.

2) Vamos nos desesperar.

3. somos dominados por pensamentos catastróficos: "quando isso acabar, não sei o que será de mim".

4. Apresentamos comportamentos de excesso: beber, comer, agressividade.

O que pode nos ajudar a superar essa situação estressante?

1) Recuperar o equilíbrio emocional. Isso é fundamental, e é por isso que se costuma dizer "conte até dez antes". É necessário, primeiro, reconhecer a falta de controle, aceitá-la e, em seguida, realizar exercícios de respiração ou meditação. Há muitos tutoriais e até aplicativos que podem ser encontrados na Internet, por exemplo: Headspace ou por meio de canais do YouTube, como Malova Elena.

2. Evite o isolamento e crie laços com alguém, seja em casa, por telefone ou pelas redes sociais. As pessoas tendem a ter a necessidade de se comunicar e compartilhar. Devemos escolher aquela pessoa que sabemos que nos tranquiliza e nos contém.

3. Ouvir músicas que nos relaxam.

4. Praticar alguma atividade física que nos permita descarregar nosso estresse emocional. Você pode fazer isso por conta própria, se já tiver conhecimento na área, ou pode usar as inúmeras opções disponíveis na Internet para fazer essas atividades em casa. Compartilho algumas opções que podem ser úteis: gymvirtual, ioga básica.

5. Faça algo criativo ou algo que pareça útil, termine algo que ficou inacabado, desenhe, pratique um hobby ou inicie um curso.

6. Ler ou escrever.

Essas ações podem restaurar o equilíbrio emocional que nos permite reconhecer a escala do perigo e tomar consciência de nossa capacidade de nos proteger e lidar com a situação.

Dr. Héctor E. Grimberg

Sou psiquiatra, psicoterapeuta e ator. Devido às consultas recebidas, tive interesse em publicar reflexões que possam ser úteis para enfrentar o que estamos vivendo da melhor maneira possível, evitando o pânico e o desespero, que não são bons companheiros.

Podemos sintetizar dizendo que, em todas as situações que enfrentamos na vida, nós mesmos temos o poder de decidir sentar em duas cadeiras possíveis: a do sofrimento e a do prazer. O problema é quando não nos damos conta disso e permanecemos fixos na primeira cadeira, mas, se recuperarmos a capacidade de escolher, saberemos como chegar à cadeira desejada, pois "sempre que choveu, parou" e é melhor esperar na segunda cadeira, a do prazer, e aproveitar o caminho que é a vida.

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